TV Pirata: Relembre Fatos e Curiosidades Sobre O Programa

Fortemente inspirada em programas já conceituados lá fora como Saturday Night Live, dos Estados Unidos, e Monty Python Flying Circus, da Inglaterra, o humorístico TV Pirata até hoje é considerado um marco da televisão brasileira. Ícone do humor, foi lançado em 1988 pela Globo, logo após o fim da ditadura militar no Brasil e contou com uma equipe de roteiristas que incluía o ator Pedro Cardoso, o jornalista Luiz Fernando Veríssimo e os integrantes do Planeta Diário e da Casseta Popular. Veja a seguir algumas curiosidades sobre esse divertido programa!

Celebridades

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Divulgação / Globo
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O programa humorístico TV Pirata nasceu em 1988, diante da necessidade da Globo de cobrir o "buraco" na programação deixado por outro programa humorístico, o Viva o Gordo de Jô Soares, o qual havia acabado de migrar para a emissora concorrente SBT.

Nomes de destaque na Globo como Claudia Raia, Cristina Pereira, Débora Bloch, Diogo Vilela, Guilherme Karan, Louise Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, Marco Nanini e Ney Latorraca passaram pelo humorístico.

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Início difícil

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Divulgação/TV Globo
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O programa demorou a emplacar e o TV Pirata quase foi cancelado. No começo, a audiência não assimilou bem um programa humorístico que não contava com comediantes e sim com atores dramáticos fazendo comédia (mais tarde, alguns destes atores fariam mais comédias em suas carreiras). Também não havia no TV Pirata um conceito de "quadros fixos" comparável ao do modelo de humorísticos tradicionais, ou seja, diante da contínua criação de novas atrações, nenhum quadro tinha espaço garantido ao longo da temporada.

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Ninguém escapava!

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Divulgação / TV Globo
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Aos poucos, porém, a organização em esquetes começou a fazer sucesso porque fazia piadas de todos os tipos, incluindo futebol, política, economia, novelas, celebridades e outros. Nenhuma pessoa de qualquer classe econômica ou social escapava do humor ácido do TV Pirata, nem a própria TV Globo, que foi "vítima" de sátiras de programas famosos como Globo Rural (Campo Rural), TV Mulher (TV Macho), Roda de Fogo (Fogo no Rabo) e inúmeros outros programas.

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Renovação total

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Divulgação / TV Globo
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Em 1989, segunda temporada, os criadores cumpriram a promessa de não aproveitar, nenhum quadro ou personagem da temporada anterior, independentemente de critérios de popularidade. A "aposentadoria" de Barbosa foi especialmente lamentada: o personagem só reapareceu no episódio único do talk show Barbosa Nove e Meia. Em geral, os quadros foram menos memoráveis que os de 1988, com destaque para a novela Rala Rala e o seriado Morro do Macaco Molhado.

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Terceira temporada

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Reprodução/Web
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Em 1990, a Rede Globo transferiu o programa das noites de terça, para quinta, mas depois de alguns programas desfez a troca. Parece que o público já havia se acostumado com as terças feiras. De volta ao elenco, Marco Nanini substituiu Ney Latorraca, Louise Cardoso e Cláudia Raia também deixaram o programa, tendo seus lugares ocupados por Maria Zilda (que depois passaria a se chamar Maria Zilda Bethlem) e Denise Fraga.

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Tempos difíceis

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Chegamos a 1990, terceiro ano de sucesso, com um novo tema musical de abertura e novas atrações, sendo a mais lembrada foi a novela de época A Perseguida. Nessa terceira temporada, o TV Pirata sofreu com a mudança de elenco e com a crise geral da linha de shows da Globo, que não conseguia captar anunciantes (efeito do Plano Collor) nem concorrer com a novela Pantanal. O campeão de audiência de 1988 e 1989 começou a enfraquecer e foi cancelado ainda no primeiro semestre de 1990.

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Reta final

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Depois de um ano fora do ar, TV Pirata retornou em 1992 para a temporada final com grandes mudanças. O programa se tornou mensal, apresentado como uma das atrações da Terça Nobre. O programa não tinha mais quadros nem personagens fixos (exceto o recorrente Caveira, personagem de Antônio Calloni): A cada episódio, os esquetes giravam em torno de um tema comum (por exemplo o inferno, novela mexicana, TV a cabo e outros).

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Lenda

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Nessa reta final, Otávio Augusto, Antônio Calloni e Marisa Orth entraram no elenco. Cláudia Raia também retornou, mas da formação original de 1988, só restavam Débora Bloch e Guilherme Karan. Foi nesta temporada que foi exibido o programa Quem matou Barbosa? onde a pergunta dava o tom do programa. Passados mais de 30 anos, o TV Pirata atingiu um status de lenda do humor brasileiro, especialmente por suas duas primeiras temporadas.

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Dóris, para maiores.

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Esse status de lenda, que perdura mesmo depois de décadas, deve-se ao fato de que até hoje nunca existiu um programa igual. No ano seguinte ao cancelamento do programa, os grupos da Casseta Popular e do Planeta Diário, junto com outros colaboradores, se reorganizaram em torno de mais um projeto inovador: o programa Dóris para Maiores, que atingiu picos de 52 pontos de audiência no IBOPE e que por sua vez deu origem ao Casseta & Planeta, Urgente!

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TV Macho

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Divulgação / Globo
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Naquela época a moral e o politicamente correto permitiam que existisse um quadro como o TV Macho. Nele, Guilherme Karan vivia Zeca Bordoada, um machão que informava aos machões de plantão de todas as notícias do Mundo Macho. Dentre seus bordões, um deles era "a gente come abelha porque mel é coisa de afrescalhado". As entrevistas eram uma outra parte do programa: nelas, Zeca Bordoada entrevistava machões e machonas, pois houve mulheres entrevistadas.

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O Zeca Bordoada

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Por exemplo, durante as entrevistas, Zeca e os seus entrevistados - como o costureiro Paulo Tesourão, a presidiária Tonhão, a botafoguense Edicleia Carabina, o cowboy americano Billy Joe, e o sexólogo Luís da Mangueira, cuspiam no chão, fumavam, coçavam-se nas regiões íntimas e por vezes terminavam em brigas. O cenário era extremamente simples com duas cadeiras e uma mesa, cheia de garrafas de cerveja em cima. A abertura era uma luta de boxe com um logotipo parodiando o do antigo programa TV Mulher, ao som da música Macho Man, do Village People.

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As Presidiárias

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Divulgação/TV Globo
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Por falar em Tonhão, o quadro As Presidiárias consistia numa prisão feminina, onde numa cela quatro moças estavam presas: Maria de Lourdes das Graças, mais conhecida como Tonhão, presa por seduzir e estuprar mais de 400 alunas do Educandário das Carmelitas Israelitas; Olga de Castro, comunista participante do PCCC (Partido Comunista, mas Comunista para Caramba); Isabelle Duffont, uma patricinha e dondoca que foi presa a pedido do pai para começar sua carreira de baixo; e Cristiane F., prostituta, alcoolizada, fedida, mal paga e torcedora do Botafogo. E ainda havia Dona Solange, a diretora do presídio.

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Algumas trívias

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Reprodução/Web
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Você sabia que foram quase 50 cenários feitos só na primeira temporada do programa, como ruas, interiores de casas, escritórios, becos, fachadas de prédios, de programas e até mesmo uma nave espacial para o quadro Perdidos no Espaço. No episódio 30 de 1988 a Rede Globo levou uma multa por executar uma música de Elvis Presley no segundo bloco. Apesar de citar muitas marcas, a TV Pirata nunca fez merchandising de nada.

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Mais trívias

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Divulgação/TV Globo
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Em 1989 o TV Pirata chegou a anunciar a estreia da novela Diêta (sátira da novela Tieta) como quadro do programa. Não se sabe se aquele tinha sido mais um dos anúncios falsos que compunham a fama do TV Pirata ou se a equipe realmente tinha planos de levar o quadro ao ar; de qualquer forma, o programa foi cancelado poucos episódios depois. De qualquer maneira, o índice mais alto da TV Pirata foi 62 pontos em plena 22h00 da noite no episódio 28 de 1988 que tinha como assunto as Olimpíadas daquele ano.

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Reginaldo

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Luiz Fernando Guimarães - que fez o Reginaldo - disse que fazia questão que a peruca que ele usava para o personagem não servisse na sua cabeça e que ele fazia questão que isso ficasse bem visível no programa. Ele também disse que para fazer o índio Cléverson, ele devia ser pintado e por isso não podia sentar no sofá do camarim. Louise Cardoso faz piadas até hoje por ser uma atriz tão séria e acabar sendo mulher do Barbosa e ser uma enfermeira safada além de ficar quase nua no quadro Hospital Geral.

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Fogo no Rabo

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Divulgação/TV Globo
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Por falar em Reginaldo, Fogo no Rabo era uma novela satírica apresentada dentro do programa parodiando a novela Roda de Fogo, sucesso da TV Globo dois anos antes, porém com os temas usados na trama Mandala, também da Rede Globo. Foi apresentada a partir do ano de 1988. Usava também músicas da trilha sonora do filme Blade Runner. Nela, Reginaldo era um empresário sem escrúpulos que mantem um caso amoroso com a fatal Penélope, mas se aproveita da ingenuidade da apaixonada Natália para explorar a família desta.

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Barbosa

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Reprodução/Web
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Quem fez sucesso mesmo acabou sendo o Barbosa, o pai de Natália, um velho caquético que só repete a última palavra que os outros dizem e não consegue comandar a família, para o desespero de sua mulher, Clotilde, a "cabeça" do clã. No final, repetir seu nome - Barbosa - virou febre nacional. Amílcar era o outro filho do casal, um jovem e rebelde estudante que critica a sociedade, o governo, e não aceita a vida "alienada" de Clotilde e Barbosa. A enquete que parou o país foi: "Quem matou Barbosa?" E a resposta é o próprio Ney Latorraca, no último episódio da novela, revelou-se que Ney assassinou seu próprio personagem por não aguentar mais imitar um velho babão.

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Tonhão

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Acostumada a interpretar personagens com grande apelo sexual, Claudia Raia surpreendeu ao surgir no programa como Tonhão, uma das presas do quadro As Presidiárias. Para o papel, a atriz abriu mão de toda vaidade, surgindo com uma touca feita de meia na cabeça, sem maquiagem e com trejeitos masculinos. Certa vez, ela confessou ter brigado muito com o diretor Guel Arraes para conquistar a personagem que acabou marcando para sempre sua carreira no humor.

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Lembranças

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Reprodução/MercadoLivre
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O sucesso da atração foi tanto que continua a atravessar as décadas. O Globo Play foi o último canal da emissora a disponibilizar o programa em seu catálogo, que já foi reprisado em 2011, 2013 e 2016 pelo canal VIVA, especializado em reprises da emissora carioca. O talk show Conversa com Bial, atração das madrugadas de segunda-feira a sexta-feira na Globo, também homenageou os 30 anos do humorístico. E você? Lembra do programa na época, das reprises ou vai ver agora? Esperamos que apareçam mais programas tão bons que deixem tantas lembranças boas quanto o TV Pirata.