Detalhes Da Vida De Carmen Miranda Que Você Não Sabia

Carmen Miranda é considerada a "artista brasileira" com maior projeção internacional da história. A Pequena Notável conquistou o mundo entre as décadas de 30 e 50 e chegou a ser a mulher mais bem paga do showbusiness norte-americano. Mas você sabia que ela não nasceu no Brasil, e sim em Portugal?

Para ter uma noção da sua importância e fama, ela é a única latino-americana a gravar pés e mãos no cimento da calçada da fama de Los Angeles. Confira mais algumas curiosidades sobre a carreira e vida pessoal da mulher que mostrou ao mundo o que é que a baiana tem!

Verdadeiro nome

Foto: Getty Images
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Na certidão de nascimento, seu nome era na verdade Maria do Carmo Miranda da Cunha. O apelido de Carmen foi dado por um tio que a achava tão exuberante como a heroína da ópera de “Carmen” de Bizet. Posteriormente, Carmen ganhou também o apelido de “A Pequena Notável” que recebera do locutor César Ladeira da extinta rádio Mayrink Veiga.

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Nascida em Portugal?

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Foto: GAB Archive/Redferns/Getty Images
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Sim! Carmen Miranda não é brasileira. Apesar de ter feito muito sucesso por aqui e ter representado o Brasil em várias partes do mundo, ela nasceu em Marco de Canaveses, no Distrito de Porto, Portugal, no dia 9 de fevereiro de 1909. Ela mudou de continente em 1910, com apenas um ano de idade, junto com sua mãe Maria Emília Miranda e sua irmã Olinda para encontrar seu pai José Maria Pinto Cunha, que já morava aqui.

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Rio de Janeiro virou seu lar

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Foto: Century-Fox/Getty Images
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A Pequena foi criada na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa. Estudou em colégio de freiras até os 14 anos, quando resolveu largar os estudos para começar a trabalhar na La Femme Chic, uma confecção de chapéus. Mais tarde ela estudou moda e aprendeu a costurar, pegando o gosto pelos turbantes, que viraram sua marca registrada.

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O começo

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Foto: Hulton Archive/Getty Images
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Sonhando com a carreira de atriz e cantora, Carmen animava pequenas festas nas horas vagas. Em 1929, foi apresentada pelo deputado baiano Aníbal Duarte ao compositor Josué de Barros, que logo a levou para se apresentar na rádio e em teatros. E não demorou muito para gravar seu primeiro disco com as músicas “Triste Jandaia” e “Iaiá, Ioiô”.

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O estouro

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Seu grande sucesso veio com a marcha-canção "Pra Você Gostar de Mim" (1930), que ficou conhecida por "Tai", escrita especialmente para ela. A canção foi um sucesso absoluto e o disco vendeu 35 mil cópias no ano de lançamento. Desde então, ela passou a ser aclamada pela crítica como "a maior cantora do Brasil". Merecido!

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Inédito!

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Foto: Underwood Archives/Getty Images
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Carmen Miranda foi a primeira cantora brasileira da época a assinar um contrato profissional com uma rádio. Isso aconteceu em 1933 na extinta emissora Mayrink Veiga. Até então, os artistas recebiam apenas pagamentos por suas participações, o que não era trabalho fixo. O salário dela era de dois contos de réis ao mês. Mais tarde, deixaria a mesma para assinar com a Tupi que lhe pagaria 5 contos de réis por mês.

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Baixa estatura

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Carmen era bem baixinha, media cerca de 1,50m de altura e, por isso, costumava usar saltos enormes em suas aparições públicas. A estatura lhe rendeu o apelido pelo qual é conhecida até hoje: A Pequena Notável. O apelido foi dado pelo pelo célebre cantor-apresentador César Ladeira na época em que a artista trabalhava na rádio Mayrink Veiga.

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Miss Simpatia

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Carmen era querida por todos! O carisma era tanto que ela acabou virando boneca e personagem dos desenhos Disney. Além disso, durante a época das guerras, dizia-se que a artista estava sendo usada como estratégia do governo americano para conseguir aliados. Então cantora de maior popularidade no Brasil, Carmen iniciou uma grandiosa turnê em terras norte-americanas, encurtando os laços que ligavam os “aliados” Brasil e Estados Unidos.

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Talentosa

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Foto: Mondadori Portfolio via Getty Images
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Carmen Miranda foi considerada a primeira artista multifuncional e multimídia do Brasil. Ela cantava, dançava e atuava. Além disso, a artista transitava com desenvoltura por todos os seguimentos da indústria cultural. Sem contar a parte de figurino! Com isso, acabou por se tornar a maior estrela do disco, do rádio, do cinema, dos teatros, da mídia, e dos cassinos brasileiros.

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Baiana

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Foto: Hulton Archive/Getty Images
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Em 1936, a estrela estreou no cinema ao participar da comédia musical “Alô, Alô Carnaval”, quando cantou ao lado da irmã Aurora Miranda. Em 1939, Carmen brilhou na comédia-musical “Banana da Terra”, quando apareceu pela primeira vez caracterizada de vendedora de frutas da Bahia, personagem que ela incorporou até o fim de sua vida. No musical, ela cantou a famosa música “O Que é Que a Baiana Tem”, de Dorival Caymmi, que virou clássico na voz da cantora.

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Carreira nos Estados Unidos

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Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images
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Em 1939, Carmen Miranda deixou o Brasil e iniciou sua carreira nos Estados Unidos. A estreia aconteceu no espetáculo musical "Streets of Paris", em Boston. Seu sucesso de crítica e público foi enorme. Então sua fama não parou de crescer e, no dia 5 de março de 1940, ela se apresentou na Casa Branca, em uma festa para o Presidente Roosevelt, pelo seu sétimo ano na presidência dos Estados Unidos.

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Mais bem paga

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Ela fazia tanto sucesso nos Estados Unidos, que chegou a ser, em 1945, a mulher mais bem paga do show business americano segundo o Departamento do Tesouro. Dá para acreditar? Na época ela ganhava mais de 200 mil dólares no ano. Por conta disso, também era a mulher que mais pagava imposto de renda no país. Ela também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Los Angeles.

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Carnaval

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Foto: Mondadori Portfolio via Getty Images
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Apesar de gostar muito de tango, Carmen Miranda preferiu trabalhar com as marchinhas. Os brasileiros agradecem! Suas canções ficaram eternizadas pelas apresentações icônicas e sua voz peculiar. A famosa marchinha “Mamãe eu quero” foi a primeira gravação num estúdio internacional. Outras famosas como "Taí (Pra Você Gostar de Mim)" e "Chiquita Bacana" até hoje são tocadas em festas de Carnaval.

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Vícios

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Desde o início de sua carreira americana, Carmen Miranda tornou-se dependente de vários remédios, tanto estimulantes quanto calmantes. Por conta do uso cada vez mais frequente, a artista desenvolveu uma série de sintomas característicos do uso de drogas, que foram erroneamente diagnosticados como estafa (cansaço) por médicos americanos. Além dos medicamentos, ela também consumia bebidas em excesso e fumava.

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Vida amorosa

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Foto: Hulton-Deutsch Collection/CORBIS/Corbis via Getty Images
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Carmen teve paixões marcantes durante sua carreira, mas se casou apenas uma vez. Em 1947, ela oficializou a união com o americano David Sebastian, que passou a ser empresário da artista. Sendo alcoólatra, ele influenciou Carmen a beber também e não conseguiu administrar mais seus contratos. O casamento entrou em crise e Carmen caiu em depressão, agravando seus problemas com álcool e medicamentos.

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Aborto espontâneo

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Foto: Getty Images
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Após diversas tentativas frustradas para conseguir ser mãe, onde por um ano fez diversos tratamentos, ela conseguiu engravidar em 1948. Porém, ela sofreu um aborto espontâneo no início da gestação, em Nova York, depois de uma apresentação, e ficou hospitalizada por alguns dias. Devido a forte hemorragia, que comprometeu seu aparelho reprodutor, a artista descobriu ter ficado estéril. A notícia agravou sua depressão.

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Volta ao Brasil

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Por conta dos problemas psicológicos e os conflitos com o marido, Carmen teve uma depressão aguda e chegou a fazer vários tratamentos de choque elétrico. Para tentar melhorar, a Pequena Notável voltou ao Rio de Janeiro depois de 14 anos e permaneceu durante 49 dias longe do público. Depois minimizar os sintomas, Carmen voltou aos EUA, onde vários compromissos já a esperavam. O primeiro deles foi a inauguração do famoso cassino em Las Vegas, New Frontier.

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Morte de Carmen Miranda

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Foto: Century-Fox/Getty Images
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A artista morreu na madrugada de 5 de agosto de 1955, em Bervely Hills, na cidade de Los Angeles, após sofrer um ataque cardíaco. Ela tinha apenas 46 anos. A atriz havia terminado na noite anterior as filmagens de um episódio do The Jimmy Durante Show para a NBC. O seu corpo foi velado por 60 mil pessoas, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, e sepultado no Cemitério de São João Batista, com quase 600 mil acompanhando o cortejo. Foi a maior manifestação popular feita no Rio de Janeiro até hoje.

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O Legado

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Foto: John Springer Collection/CORBIS/Corbis via Getty Images
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Mesmo depois de sua morte, Carmen Miranda é considerada uma das musas do Tropicalismo e é lembrada por ser talvez a mais importante personalidade artística brasileira de todos os tempos. Para César Balbi, diretor do museu que leva o nome da cantora, no Rio, o principal legado deixado pela artista foi divulgar manifestações do país, como o samba, com um estilo e voz próprios. “Ela levou a imagem de ‘brasilidade’ para locais onde não se conhecia nem a geografia do país”, disse à agência Lusa.