Curiosidades Sobre A Churrascaria Porcão e Por Que Fechou

A clientela provou e aprovou, o negócio prosperou e eles chegaram a ser a maior cadeia de restaurante do sistema rodizio do Brasil. Seus restaurantes ficavam muito bem localizados, ficaram marcados como locais bem frequentados e se tornaram ponto de encontro de celebridades e autoridades. Eram tradicionais as festas de fim de ano de grandes empresas e celebrações de aniversários. Saiba um pouco mais sobre essa delícia em forma de rodízio nos slides a seguir. Confira!

Um Oásis

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Durante a década de 70, no Rio de Janeiro, muitos dos que vieram a se tornar donos de churrascarias de sucesso deram os primeiros passos no mundo do rodízio, trabalhando como garçons na churrascaria Oásis, na Estrada do Joá, em São Conrado. Seus cortes de maminha e fraldinha eram considerados os melhores da cidade.

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Universidade do Churrasco

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Na histórica churrascaria Oásis de São Conrado, trabalharam, além dos irmãos Coser da churrascaria Fogo de Chão, o dono do Porcão, Neodi Mocellin, e Mairos Fontana, proprietário da Marius, outra churrascaria tradicional da cidade. Dá pra ver que a Oásis foi uma grande escola. Que pena que fechou, uma grande perda não só para a cidade do Rio de Janeiro.

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Começou cedo

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O fundador da Rede Porcão foi Neodi Mocellin, nascido em Nova Bréscia, Rio Grande do Sul, de onde saiu com apenas 16 anos para tentar a sorte como garçom no Rio de Janeiro. Em janeiro de 1975, com apenas 19 anos, juntou as suas economias com as do seu primo Valdir e abriram a Churrascaria Riograndense na Avenida Brasil, para servir o sistema de rodizio, que entre os gaúchos era conhecido como "espeto corrido".

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O Espeto Corrido

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O tal "espeto corrido" nasceu no município paulista de Jacupiranga, às margens da BR-116, quase na divisa com o Paraná. Para evitar o desperdício, o dono do lugar, resolveu passar as carnes pelas mesas. As filas na porta eram tão grandes que o modelo se espalhou pelas estradas do Paraná e de São Paulo.

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O Início

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A Churrascaria Riograndense e ficava na Avenida Brasil, ao lado de um dos primeiros hipermercados do Brasil, as Casas da Banha, cujo símbolo era um porquinho. Esqueça essa estória de açougue!!! Como no Brasil a regra eram pequenos mercados e os supermercados estavam aparecendo, o gigantesco Hipermercado do porquinho ganhou o lógico apelido de Porcão.

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Casas da Banha

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A churrascaria Porcão nasceu como se fosse um restaurante de beira de estrada, pois em 1975, a nada glamorosa Avenida Brasil, na zona norte do Rio de Janeiro, era apenas uma passagem para pegar as estradas para fora da capital. Porém, a localização próxima do hipermercado foi estratégica já que era um programa do carioca visitar o único hipermercado da cidade e o almoço tinha que ser na churrascaria vizinha.

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Vendaval de emoções

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Num vendaval em julho do mesmo ano, a placa do restaurante foi destruída. O letreiro do vizinho, com o porquinho em destaque, ficou em pé e como a clientela, por analogia a logomarca do hipermercado vizinho, já chamava a churrascaria de Porcão, o nome foi adotado, embora pudesse parecer pejorativo. Acabou ganhando o gosto de todos. As carnes e linguiças servidas eram de excelente qualidade.

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Reclamações

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Uma das façanhas da churrascaria Porcão foi reabilitar o sistema rodizio no Brasil, que não tinha boa fama, pois era servido apenas em churrascarias medíocres de beira de estrada, frequentada apenas por caminhoneiros. Como Mocellin, apesar da pouca idade, tinha grande experiência como garçom, ouvia atentamente as reclamações dos clientes enquanto os servia.

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O cliente tem sempre razão

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Ouvir as reclamações foi fundamental para o sucesso do empreendimento. Por exemplo, a mais comum era a falta de variedades de carnes. Ele então inovou, aumentando os tipos de carnes bovinas, suínas e de aves e passou a incluir a carne de cordeiro, queijos e peixes. Também incrementou o bufê de saladas e de frios, que passou até a incluir comida japonesa e frutos do mar.

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Glamour

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A origem modesta começou a ficar para trás com a abertura da filial de Ipanema, em 1980, pois a partir daí o Porcão virou símbolo de churrasco nobre, e seus endereços tornaram-se ponto de encontro de artistas, empresários e jogadores de futebol, tendo alguns deles, como Renato Gaúcho, sido patrocinados pela rede.

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Dando um tempo

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A partir dos anos 80, a cidade do Rio de Janeiro, mergulhou em um grande marasmo, fruto das péssimas escolhas políticas feitas pelos fluminenses, principalmente os cariocas. Simultaneamente, a capital paulista deu um salto na década de 90, tornando-se o melhor centro gastronômico do país. Pouco a pouco, o padrão alcançado pelos paulistanos começou a ser exportado para o Rio, que foi por décadas o centro irradiador de tendências e hábitos de consumo que acabaram transformando a cidade em sede dos principais estabelecimentos gastronômicos do Brasil.

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Heróis da Resistência

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A rede Porcão resistiu bravamente e chegou a ter restaurantes em outros estados do Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e a faturar 140 milhões de reais em 2011. Só para citar algumas filiais e franquias temos no Rio de Janeiro: Norte Shopping, Gávea. Ipanema, Rio's, Cittá América, Barra da Tijuca e Ilha do Governador; No Brasil: Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Vila Velha; No exterior Milão, Miami, Lisboa e Nova York.

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Até onde permitirem as forças

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Em 1992 foi aberta a primeira churrascaria em Miami nos Estados Unidos. A ideia era denominá-la Big Pig, mas o nome foi impedido pela legislação. Em 2006 foi inaugurada outra em Nova York. Também foram abertos estabelecimentos em Lisboa e Milão, mas, desde então, as finanças desandaram e a rede Porcão entrou numa crise sem fim.

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O fim também tem início

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Afinal, o que aconteceu com a mais tradicional rede de churrascarias do país? Como costuma ocorrer, esse foi um fracasso cuja origem remonta a tempos de euforia. No início de 2008, por exemplo, a família gaúcha Mocellin, fundadora do Porcão, estava tão entusiasmada com o negócio que queria abrir mais 20 restaurantes nos cinco anos seguintes.

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Começando a era dos problemas

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Em 2010 duas denúncias de clientes que tiveram supostos problemas estomacais depois de ingerir produtos da churrascaria da Ilha do Governador. foram parar na justiça e a rede teve que pagar indenizações. A unidade mais famosa, a localizada no Aterro do Flamengo, teve problemas com a justiça por ocupação irregular de área pública em 1996 e o caso ficou rolando por anos.

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Sonhos grandes

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Para financiar esses sonhos de expansão, o banco americano Merrill Lynch comprou 49% de participação da empresa. A eclosão da crise nos Estados Unidos, seis meses depois da operação, mudou tudo. Os investimentos necessários para a expansão foram para a geladeira e, em 2010, o banco pôs muitos de seus ativos à venda, incluindo a participação na churrascaria brasileira.

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Briga feia

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Os empresários Raphael Vargas e José Ricardo Tostes, donos da rede carioca de restaurantes Garcia & Rodrigues, surgiram como interessados na participação do Merrill Lynch. ­Nascia uma aliança inusitada, pois eles haviam disputado com a família Mocellin, o privilegiado ponto no aterro do Flamengo, onde funcionava a maior unidade do Porcão desde 1998. A concessão do espaço, pertencente à prefeitura, havia expirado e os dois grupos travaram uma disputa ferrenha, vencida pelos Mocellin na Justiça. Se já brigavam antes, os Mocellin e os donos do Garcia & Rodrigues entrariam em guerra depois de se tornarem sócios.

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Que vença o melhor

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Herdeiros de famílias abastadas, Vargas e Tostes compraram 4% de participação de um terceiro sócio somando, portanto, 53% e assumiram o controle do Porcão. Em seguida, reuniram seus negócios na holding Brasil Food Service Group (BFG) e começaram a reorganizar a contabilidade, centralizar estoques e cortar despesas, mas a guerra só foi declarada quando começaram as demissões de parentes dos Mocellin. "Eles demitiram funcionários experientes e cortaram custos onde não deviam, economizando até mesmo na compra de carne", disse Neodi Mocellin.

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Final

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Funcionários e clientes relatam que os restaurantes chegam a abrir sem camarão, algumas bebidas e até picanha. Resultado: o volume de clientes caiu 30% em dois anos e o número de unidades caiu para apenas quatro. O grupo chegou a ter prejuízo de 137 milhões de reais e o que havia se tornado um clássico do Rio, a churrascaria Porcão do Aterro do Flamengo fechou suas portas em 2016 e o grupo decretou falência. O imóvel do Aterro do Flamengo pertence à Prefeitura do Rio e é explorado em regime de concessão. Em 2016, fechou definitivamente suas portas e, em fevereiro de 2017, teve falência decretada pela justiça.