As Curiosidades e Polêmicas Sobre Os Mutantes

Os Mutantes são uma banda brasileira de rock psicodélico formada durante o Tropicalismo no ano de 1966. Inicialmente, o grupo era formado por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias. Ainda bem novos, eles ganharam projeção nacional com suas misturas de rock e MPB, uso de efeitos sonoros e música psicodélica, tudo com muito humor.

Atualmente, a banda é considerada uma das mais importantes da história do rock brasileiro. Até hoje suas músicas mais marcantes são tocados nas rádios tamanho o sucesso. Que tal relembrar um pouco a trajetória e os fatos mais marcantes do grupo? Tem cada polêmica também...

A origem do nome

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Os Mutantes iniciaram suas atividades em 1966, como um trio, quando se apresentaram no programa "O Pequeno Mundo de Ronnie Von" da TV Record. O grupo foi batizado como esse nome pelo próprio Ronnie Von, antes da estreia na TV, pois ele não havia gostado do anterior. Até então, a banda era chamada de "Os Bruxos".

Os três aprovaram a sugestão de Ronnie Von e acabaram adotando o nome. A inspiração de Os Mutantes veio do livro de ficção científica "O Império dos Mutantes", de Stefan Wul, muito famoso entre os adolescentes da época.

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Eles eram bem novinhos

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Quando estrearam no programa "O Pequeno Mundo de Ronnie Von", ainda como coadjuvantes, eles eram bem jovens. Rita Lee tinha 19 anos; Arnaldo regia o grupo aos 18; e Sérgio tinha apenas 16 anos. Apesar da pouca idade, o trio mostrou desenvoltura e muito talento durante a apresentação na TV. A repercussão foi tão boa que o grupo logo foi convidado a fazer parte do elenco fixo do programa.

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Outros integrantes

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Divulgação/Leila Lisboa Sznelwar
Divulgação/Leila Lisboa Sznelwar
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Aos poucos , Os Mutantes ganharam integrantes extras. O primeiro foi o irmão mais velho dos Baptistas, Cláudio César. Ele era responsável pela construção de todos os instrumentos da banda. Cláudio chegou até a exportar guitarras e baixos para fora do Brasil, pois muitos estrangeiros ficavam impressionados com a intensidade do som da banda. O outro integrante era Dinho, baterista que acompanhava o trio em suas apresentações e gravações de discos. Mais tarde, Liminha também passou a fazer parte da banda.

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A maldição da guitarra

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Dentre as mil invenções de Cláudio César, uma que ganhou destaque foi a guitarra banhada a ouro utilizada pelo seu irmão Sérgio Dias. O instrumento era tão especial que Cláudio chegou a pregar uma maldição, chamada a "Conjuração do Sábado", atrás da guitarra.

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A maldição dizia que quem pegasse a guitarra, vendesse, copiasse ou até mesmo fizesse comentários difamatórios seria "perseguido pelas forças do Mal até que a elas pertença total e eternamente".

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Mudando o cenário nacional

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Cynira Arruda / Reprodução LP 1969
Cynira Arruda / Reprodução LP 1969
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A admiração dos Mutantes pelos Beatles serviu como base para a sonoridade da banda. No entanto, os músicos brasileiros também utilizavam a cultura local. Nesse sentido, eles foram pioneiros na mescla do rock and roll com elementos musicais e temáticos brasileiros.

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O grupo ainda abriu as portas para que bandas como Novos Baianos, Secos & Molhados, Paralamas do Sucesso e Chico Science & Nação Zumbi seguissem caminhos similares, a partir de outras influências e bases peculiares, mas também misturando influências estrangeiras com sonoridades tipicamente brasileiras.

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O casamento de Rita Lee e Arnaldo Baptista

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Divulgação/Leila Lisboa Sznelwar
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Enquanto a banda fazia sucesso, a vocalista Rita Lee se casou com Arnaldo Baptista. Porém, mais tarde, a cantora revelou que o casamento aconteceu porque estava cansada da fama de vadia e se sentia perseguida pelos donos da “moral e dos bons costumes”.

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Pouco depois do casório, os dois participaram do "Programa Hebe Camargo" e simplesmente rasgaram a certidão de casamento ao vivo. Parece que a relação era bastante conturbada.

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O significado de Baurets

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No disco "Mutantes e seus cometas no País dos Baurets", a palavra "Baurets" significa maconha. Era a gíria que eles usavam para passar pela censura. Foi nessa época que o grupo comprou um sítio na Serra da Cantareira, no interior de São Paulo, e passou a viver lá seus dias de comunidade hippie, cheios de drogas e sexo. Isso agravou o relacionamento interno da banda. Algum tempo depois, Rita Lee deixaria Os Mutantes de forma polêmica.

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A expulsão de Rita Lee

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Alegou-se na época que a saída de Rita Lee ocorreu devido a diferenças musicais com os irmãos Baptista. Mas existem várias teorias sobre isso. Uma delas é que a relação entre os integrantes da banda já não era boa, principalmente após a separação de Rita Lee e Arnaldo Baptista.

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A situação ficou ainda pior quando a gravadora Pollydor decidiu investir na carreira solo de Rita Lee (que já havia lançado um disco sozinha, o "Build Up", de 1970). Alguns anos depois, a cantora deu sua versão sobre a "expulsão". Confira a seguir.

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A versão de Rita Lee

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Ciça Neder/Brazil Photo Press/LatinContent/Getty Images
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Em sua autobiografia, Rita Lee contou sobre a sua saída dos Mutantes em 1972, sobre a qual sempre pairou um ar de dúvida. Ela deixa claro que foram Sérgio Dias e Arnaldo Baptista quem "decidiram" que uma nova formação era necessária e ela estaria fora da banda. "A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose, e você não tem calibre como instrumentista.", relembrou o que escutou naquele dia

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"Me retirei da sala em clima dramático, fiz a mala, peguei Danny (a cadela) e adiós. No meio da estradinha da Cantareira, parei no acostamento e chorei, gritei, descabelei, xinguei feito louca abraçada a Danny, que colaborava com uivos e latidos", completou.

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Novos rumos

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Divulgação/Leila Lisboa
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Em meio ao desligamento de Rita Lee, os Mutantes gravaram "O A e o Z", em 1973, totalmente no estilo progressivo e regado a LSD. Mas a gravadora Pollydor achou o disco invendável e o engavetou, encerrando o contrato com o grupo.

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Os Mutantes seguiram com os shows, buscando encontrar uma nova gravadora e entrando no mercado (subversivo e underground) do rock pesado brasileiro. Nessa época, Arnaldo Baptista enfrentaria uma forte depressão.

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A fase conturbada de Arnaldo Baptista

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Sofrendo de problemas psiquiátricos, Arnaldo Baptista se desligou da banda. Mas isso não foi tudo. Em 1982, ele se atirou da sacada de um hospital em que estava internado para descanso. Porém, segundo alguns relatos, não foi tentativa de suicídio.

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Como estava ainda sob efeitos de medicamentos, ele acabou se jogando do terceiro andar enquanto procurava a saída. Depois de passar dois meses em coma e outros dois meses se recuperando de um traumatismo craniano, ele conseguiu melhorar.

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Mais saídas

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Não foi só Arnaldo que decidiu abandonar o barco. O baterista Dinho e baixista Liminha também deixaram a banda. Era o começo do fim. Apesar das inúmeras tentativas, Sérgio Dias não conseguiu dar continuidade ao grupo.

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Ele até conseguiu um contrato com a gravadora Som Livre e chegou a lançar o famoso álbum "Tudo Foi Feito pelo Sol " (1974), o compacto "Cavaleiro Negro" (1976) e o disco "Mutantes Ao Vivo" (1977), mas a ausência de sucesso motivou o fim definitivo do grupo, em 1978, encerrando a carreira com um concerto para apenas 200 pessoas em Ribeirão Preto.

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A importância de Cazuza na histórias do Mutantes

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Porém, antes do fim, o grupo teve alguns anos de sucesso ainda. E você sabia que o cantor Cazuza teve uma grande importância nisso? Em 1974, aos 16 anos, ele ajudou a convencer o pai, o então poderoso executivo da gravadora Som Livre João Araújo (1935 – 2017), a apostar no som já progressivo dos Mutantes. Foi então que eles assinaram contrato com a gravadora e lançaram o álbum "Tudo foi feito pelo sol " (1974), que é considerado um dos mais bem-sucedidos da discografia da banda em termos comerciais. As informações estão no livro "Discobiografia Mutante – Álbuns que revolucionaram a música brasileira".

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Carreiras solo

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Divulgação/Leila Lisboa
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Com o fim da banda, cada um seguiu um caminho diferente. Arnaldo Baptista e Sérgio Dias gravaram alguns discos solo sem grande repercussão popular, embora "Lóki", de Arnaldo, seja reverenciado até hoje por fãs e críticos. Mas quem teve mais sucesso foi Rita Lee. Ainda na década de 1970, ela lançou músicas de sucesso como "Lança perfume", sendo coroada a rainha do rock nacional.

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Na década de 90, eles resolveram dar uma nova chance ao grupo!

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Rita Lee e Sérgio Dias voltam a tocar juntos

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Reprodução/O Globo
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No ano de 1992 em São Paulo, os três mutantes resolveram se reunir para relembrar os bons tempos de banda depois de um convite de convite de Almir Chediak. Porém, o reencontro não foi como o esperado. Apenas Rita Lee e Sérgio Dias tocaram juntos em alguns concertos.

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Ainda nessa época, Sérgio Dias convenceu Mayrton Bahia, diretor artístico da PolyGram, a lançar "O A e o Z", gravado pelo grupo em 1973.

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O retorno

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Rebecca Sapp/WireImage/Geyy Images
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Depois de muitos anos, já em 2006, a banda se reuniu para a alegria dos fãs. Dessa vez sem Rita Lee e Liminha, mas contando com a presença de Arnaldo Baptista. A escolhida para os vocais foi Zélia Duncan.

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Entretanto, no ano seguinte, Arnaldo e Zélia se desligaram da banda, que foi recomposta com outros músicos e continua a fazer shows até os dias atuais sob a liderança de Sérgio Dias, único membro restante da formação original.

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Curiosidades sobre "Ando meio desligado".

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Reprodução
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A primeira letra composta pelos Mutantes foi "Ando meio desligado", que foi apresentada em julho de 1969 no IV Festival Internacional da Canção. O sucesso do grupo não falava apenas de amor mais também da sensação que a maconha dava nos integrantes.

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Ainda sobre a música "Ando meio desligado", que faz sucesso até hoje... A conga que se escuta no início da canção é tocada pelo grande percussionista pernambucano Naná Vasconcelos.

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Sucesso mundial

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Rebecca Sapp/WireImage/Getty
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Os Mutantes foram uma das bandas mais importantes do rock brasileiro e talvez a única que tenha conquistado prestígio fora do país que não seja um grupo de metal (como Sepultura e Angra). É até mais fácil encontrar discos e CDs da banda no exterior do que no Brasil. Você sabia disso?

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Mais uma prova do seu legado e imensurável importância. A seguir: Um grande músico do cenário internacional mostra toda a sua admiração pela banda brasileira.

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Já foram chamados de gênios

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Os Mutantes já foram chamados de gênios por Kurt Cobain (em um bilhete pessoal escrito a Arnaldo Baptista durante a passagem do Nirvana pelo Brasil, em 1993). Na época, Kurt comprou todos os discos que encontrou da banda brasileira.

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"Arnaldo, os melhores votos para você e cuidado com o sistema. Eles engolem você e cospem fora como o caroço de uma cereja marrasquino. Com amor, Bill Bartell da Gasatanka Records e White Flag / E Kurt Cobain do Nirvana", dizia o bilhete.

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Os maiores sucessos

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Divulgação/Leila Lisboa
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Entre os principais discos da primeira formação estão "Os Mutantes" (1968), "Mutantes" (1969), "A Divina Comédia" ou "Ando Meio Desligado" (1970), "Jardim Elétrico" (1971) e "Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets" (1972). "Technicolor" também é considerado uma obra-prima. O álbum foi gravado em 1970, em Paris, mas que acabou sendo lançado somente em 2000. Na lista, a banda tem ainda "Tudo Foi Feito pelo Sol" (1974) e "O A e o Z" (gravado em 1973).

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