Submarino Desaparecido é Encontrado Depois de Um Ano

O submarino argentino ARA San Juan foi encontrado um ano e um dia após ter desaparecido, no Atlântico Sul, com 44 pessoas a bordo. Agora, as autoridades estudam se terão condições de resgatar o casco do ARA San Juan, já que é uma operação extremamente complicada e cara. Já os familiares aguardam uma resposta consistente sobre o realmente aconteceu em novembro de 2017.

Veja a seguir o que já se sabe sobre o submarino e o que segue sendo mistério.

Encontrado!

Mario De Fina/NurPhoto via Getty Images
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O submarino argentino ARA San Juan foi encontrado por uma empresa privada norte-americana, chamada Ocean Infinity, no dia 16 de novembro de 2018, após um ano de buscas nas águas do Oceano Atlântico. O Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina confirmaram a notícia na madrugada do dia 17 (um sábado), depois de informar os parentes dos 44 tripulantes.

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A notícia

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Mario De Fina/NurPhoto via Getty Images
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Um dia antes da embarcação ser encontrada pela empresa Ocean Infinity, as famílias dos 44 desaparecidos realizaram um ato para marcar o primeiro aniversário do naufrágio e cobrar respostas das autoridades. Por isso, muitos parentes das vítimas estavam hospedados em um hotel da cidade de Mar del Plata, onde o submarino tinha sua base, quando receberam a notícia das autoridades da Argentina.

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O último contato

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Ricardo Ceppi/Gettyimages
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O submarino ARA San Juan desapareceu durante uma viagem de Ushuaia, no extremo sul do país, ao balneário de Mar del Plata, a 300 quilômetros da capital, Buenos Aires. O último contato da tripulação foi feito no dia 15 de novembro de 2017. Mas antes de desaparecer no Oceano Atlântico, a embarcação argentina já apresentava sinais de problemas. Confira a seguir!

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A falha

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Ricardo Ceppi/Gettyimages
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Horas antes do desaparecimento, o comandante havia alertado sobre uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação que vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio. Porém, segundo a Marinha, o problema foi corrigido.

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Por isso, o submarino seguiu seu retorno à cidade de Mar del Plata. Ainda não se sabe a verdadeira razão do desaparecimento.

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As buscas

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EITAN ABRAMOVICH/AFP/Getty Images
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A busca pelo submarino argentino começou 48 horas após o último contato e uma megaoperação internacional foi montada para tentar encontrar a embarcação no Oceano. Em determinado momento, 27 navios rastrearam as possíveis zonas ao mesmo tempo, localizadas na rota que liga Ushuaia, o porto de partida do submarino, com seu destino em Mar del Plata. Treze países colaboraram, entre eles o Brasil, mas a maioria se retirou antes do final de 2017, sem resultados.

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Sem esperança

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LEO CORREA/AFP/Getty Images
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Nem mesmo as equipes mais modernas dos Estados Unidos e da Rússia conseguiram encontrar o casco do submarino argentino. Duas semanas depois do início das buscas no Oceano Atlântico, a Marinha anunciou que já não havia esperanças de encontrar sobreviventes. Porém, muito por conta da pressão de familiares das vítimas, as autoridades contrataram uma empresa privada para seguir as buscas..

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Ocean Infinity entra em ação

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O governo argentino contratou a Ocean Infinity para continuar as buscas, que começaram em setembro deste ano. Durante dois meses, 40 tripulantes, a bordo do navio Seabed Constructor, rastrearam o fundo do mar. Para as buscas, foram usadas as tecnologias mais modernas disponíveis no mundo, incluindo cinco veículos subaquáticos autônomos (AUV) com os quais quase 7 mil quilômetros quadrados de fundo do mar foram mapeados. O rastreamento da área era feito com um veículo operado por controle remoto.

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Onde o submarino foi encontrado

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Segundo indicou a Ocean Infítiny, o submarino foi localizado a 800 metros de profundidade, a 600 quilômetros da cidade de Comodoro Rivadavia, onde funcionava o centro de operações. O local é o mesmo onde há um ano foi identificada uma "anomalia hidroacústica" semelhante a uma explosão.

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As autoridades e a companhia informaram que a embarcação foi encontrada em uma área de "visibilidade bastante reduzida".

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Familiares pediram uma busca maior

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"O primeiro lugar onde eles começaram a buscar era onde ocorreu a última comunicação. Ali não estão. Nós começamos a pedir que comecem a buscar onde se escutaram os barulhos do casco", afirmou a irmã de Alberto Sánchez, tripulante do submarino, durante uma homenagem por ocasião do aniversário de um ano do desaparecimento. A entrevista foi reproduzida pela agência EFE.

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O submarino

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O submarino diesel-elétrico de fabricação alemã foi adquirido em 1985, tinha 65 metros e era um dos três da Marinha argentina. Em 2017, a embarcação passou por uma manutenção nos estaleiros de Buenos Aires. Na época, o sistema de bateria foi trocado.

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A Argentina tem mais dois submarinos: o San Luis, que está em reparos, e o Salta, atracado na base de Mar del Plata.

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O estado dele

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Segundo a Marinha, as imagens registradas pela companhia americana mostram que o casco do submarino permaneceu bastante intacto, apenas com algumas deformações, e que todas as outras partes se desprenderam. Ainda segundo as autoridades, o submarino ficou alojado em uma depressão de 907 metros após perder a comunicação, no ano passado, o que fez que ele não fosse encontrado pelos radares.

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Quase desistiram

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A empresa contratada pelo governo da Argentina, a Ocean Infinity, se comprometeu a fazer a busca por até 60 dias, e só ser remunerada caso encontrasse a embarcação. Após dois meses de buscas, a companhia americana chegou a anunciar que abandonaria a expedição nos dias seguintes. Porém, antes disso acontecer de fato, o submarino foi encontrado. Um dia depois, a informação foi oficialmente confirmada pelas autoridades.

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A implosão

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A embarcação argentina sofreu uma espécie de implosão no fundo do mar, sendo que a proa, a popa e a vela se desprenderam do submarino. A implosão teria ocorrido em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro do submarino. "Isso sugere que a implosão tenha ocorrido muito perto do fundo", disse Erique Balbi, porta-voz da Marinha, em entrevista reproduzida pelo "G1".

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Falta de informação gera revolta

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Durante um dos últimos protestos, parentes das vítimas acusaram o governo argentino de "ocultar" informações sobre o caso. Eles também reclamaram de "um Estado totalmente ausente". O pai de um dos tripulantes do submarino disse ainda que o Executivo vinha dificultando a investigação judicial que busca esclarecer o desaparecimento. Depois de tanta pressão, eles tiveram a primeira vitória. Mas ainda aguardam esclarecimentos sobre o que aconteceu momentos antes do desaparecimento.

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Próximos passos

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Ainda não há previsão de início dos trabalhos de resgate. Na verdade, o governo argentino ainda terá que decidir se vai resgatar o casco do ARA San Juan, já que se trata de uma operação cara e muito complicada. O valor para retirar a embarcação do fundo do mar não foi divulgado, mas a Ocean Infinity cobrou US$ 7,5 milhões somente para encontrar o submarino.

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Argentina diz não ter condições

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Segundo o Ministro da Defesa, Oscar Aguad, a Marinha da Argentina não tem equipamentos nem tecnologia para resgatar o submarino neste profundidade. "Não temos ROV (veículos de inspeção remota) para descer nessa profundidade. Nem temos equipamentos para extrair uma embarcação com essas características", disse o ministro em entrevista reproduzida pelo "G1".

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Ainda segundo a Marinha, há também um limite legal para começarem os trabalhos de resgate. "A partir de agora, a juíza que esta na causa que pode determinar em que momento que podemos remover as partes do submarino", avisou o almirante Jose Villán.

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O que fazer

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A Marinha da Argentina afirmou que, desde que o submarino foi localizado no fundo do mar, foi aberto um novo capítulo para esclarecer o que de fato aconteceu em novembro do ano passado, algo que será investigado com a cautela necessária por respeito às famílias dos 44 tripulantes. Esse agora é o principal foco das autoridades neste momento. A extração dos corpos ainda não tem previsão de acontecer.

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Os tripulantes

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O submarino argentino ARA San Juan tinha 44 militares a bordo, que estavam em missão de treinamento. Desses, 43 eram homens. Havia uma única mulher, chamada Eliana María Krawczyk, de 35 anos. Ela era descrita pela imprensa local como a primeira oficial submarinista do país e da América do Sul. Na embarcação, ela ocupava o cargo de chefe de armas.

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Por que tão difícil?

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Andrew D.Bowen, principal engenheiro do centro de estudos oceanógrafos "Woods Hole Oceanographic Institution", explicou para a "BBC Mundo" o motivo do submarino ter sido encontrado só depois de um ano.

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Segundo ele, 80% do oceano segue sendo um enigma, por isso a busca é tão complicada. "E isso está relacionado à dificuldade de encontrar não apenas o ARA San Juan, mas também o M370 (avião da Malaysia Airlines, que segue desaparecido) e o K-141 (submarino desaparecido em 2000 com 118 tripulantes)".