Caso Marco Archer e Rodrigo: Os Últimos Anos Dos Homens Com Hora Marcada Para Morrer

O perfil dos estrangeiros presos por tráfico de drogas na Indonésia é quase sempre o mesmo. Surfistas que veem nesse crime uma chance de se manter em Bali, vivendo uma vida de fantasia, pegando ondas, indo a festas e encontrando belas mulheres. “Eles vivem numa bolha de fantasia que não os permite enxergar o risco do que fazem.” afirmou uma jornalista australiana.

Só que, com aprovação da população, leis duríssimas repreendem os infratores e, se a pena for a capital, a chance de escapar é mínima. As pessoas sabem dos riscos, mas como todo investimento, quanto maior o risco, maior o lucro. O problema nesse caso, é que caso não dê certo, o preço a pagar é alto demais. Acompanhe nos próximos slides o caso de dois brasileiros que apostaram alto e acabaram perdendo.

República da Indonésia

Foto: Agung Parameswara/Getty Images
Foto: Agung Parameswara/Getty Images

A República da Indonésia, cuja capital é Jacarta, é um grande país localizado entre o sudeste asiático e a Austrália que é composto pelo maior arquipélago do mundo, as Ilhas de Sonda, e ainda a metade ocidental da Nova Guiné. A localização entre dois continentes, a Ásia e a Oceania, faz da Indonésia uma nação transcontinental. O país foi invadido pelos portugueses, holandeses e ingleses, principalmente para a exploração e comercialização de especiarias.

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Muitas tragédias

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Foto: JUNI KRISWANTO/AFP/Getty Images
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Os holandeses governaram a Indonésia durante mais de 300 anos e em 1942, os japoneses chegaram à Indonésia e governaram por três anos. A Indonésia declarou sua independência em relação aos japoneses em 17 de agosto de 1945. O país tem mais de 250 milhões de cidadãos e está tentando se recuperar após uma série de desastres como o tsunami de 2004, o terremoto de Java em 2006 e das erupções do Monte Merapi de 2010.

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Turismo

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Foto: JUNI KRISWANTO/AFP/Getty Images
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Tanto a natureza quanto as culturas locais são componentes principais da indústria do turismo da Indonésia. O país tem o terceiro litoral mais longo do mundo com 54.716 km, atrás apenas do Canadá e da União Europeia. As praias de Bali, locais de mergulho em Bunaken, o Monte Bromo em Java Oriental, o Lago Toba e os vários parques nacionais em Sumatra são alguns exemplos de destinos populares. Esses atrativos naturais são complementados por uma rica herança cultural que reflete a história dinâmica da Indonésia e sua grande diversidade étnica.

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Praias

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Foto: Viviane Moos/CORBIS/Corbis via Getty Images
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O turismo na Indonésia é atualmente supervisionado pelo Ministério da Cultura e do Turismo. As campanhas turísticas internacionais têm se concentrado em grande parte de seus destinos tropicais, com praias de areia branca, céu azul e atrações culturais. Resorts e hotéis de praia têm sido construídos em alguns dos destinos turísticos mais populares, especialmente na ilha de Bali. Em 2012, cerca de 8 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país.

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É a lei!

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Foto: CHOO YOUN-KONG/AFP/Getty Images
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Como a Indonésia possui milhares de quilômetros de costas desprotegidas, eles compensam impondo um tratamento muito rigoroso àqueles que descumprem a lei. Quem for pego pela polícia de lá, não tem muito o que fazer além de rezar. O castigo virá sem dó. No Brasil, infelizmente, estamos acostumados a burlar a lei e confrontar seus agentes a todo momento. Em alguns países isso é impensável.

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Marco Archer

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Foto: BAY ISMOYO/AFP/Getty Images
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O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, nascido no Rio de Janeiro em 1961, foi condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia em 2004, depois de ter sido preso em 2003 ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína dentro dos tubos de uma asa-delta. O caso repercutiu no Brasil, país onde a pena capital é proibida por lei.

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Primeiro ocidental

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Foto: BAY ISMOYO/AFP/Getty Images
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Marco Archer foi o primeiro ocidental a ser fuzilado na Indonésia. O holandês Ang Kiem Soe foi o segundo – no mesmo dia de Archer. Rodrigo Gularte foi o segundo brasileiro. Rodrigo, de 42 anos, foi executado na Indonésia na madrugada de quarta-feira, 29 de junho de 2015. A pena também foi executada por um pelotão de fuzilamento.

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Execução

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Foto: Reprodução/Wikipedia
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Marco Archer foi fuzilado na madrugada de 18 de janeiro de 2015, após onze anos de prisão e vários adiamentos da sentença, no complexo penitenciário da penitenciária de Cilacap, na Ilha de Java, a 400 km de Jacarta, capital do país. Sua execução, após serem negados todos os pedidos de clemência feitos pelo governo brasileiro, criou uma crise entre o Brasil e a Indonésia, resultando na chamada ao Brasil do embaixador brasileiro em Jacarta pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

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Documentário

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Foto: Reprodução/Web
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Após a execução, seu corpo foi cremado e suas cinzas transportadas para o Brasil. Em 3 de novembro de 2016 estreou o filme Curumim nos cinemas baseado na história de vida de Archer e com vídeos feitos pelo próprio, que antes de morrer portava uma câmera no corredor da morte e gravou imagens que foram compiladas no filme que foi dirigido por Marcos Prado.

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Deu ruim

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Foto: Reprodução/Web
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O próprio Archer confessava no filme que havia errado feio e apenas pedia oportunidade de se redimir. Chance que não lhe foi dada, afinal, pois foi executado por um pelotão de fuzilamento em 2015. Originário de uma classe social privilegiada, foi o típico playboy carioca, adepto de praia e de esportes radicais. Bem relacionado, falante, de boa aparência, teve um acidente quase fatal com um parapente. Estragou tudo.

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Traficante

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Foto: Reprodução/Web
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Quando o dinheiro começou a faltar, as drogas que já consumia lhe pareceram uma boa opção para quitar suas dívidas. Vendia aos amigos e, segundo um dos depoentes, até nos Estados Unidos andou traficando, a serviço do cartel de Pablo Escobar. Não era exatamente um amador, embora se considerasse um pequeno traficante. Quanto mais arriscava a jogada, mais rentável ela era, a ponto de Archer tentar passar no Aeroporto de Jacarta com 13,5 quilos de cocaína nos tubos da armação de sua asa-delta, sabendo que, naquele país, a tolerância com as drogas é zero.

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Última chance

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Foto: Reprodução/Web
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Foi descoberto na alfândega, mas iludiu a polícia e conseguiu fugir do aeroporto pela porta da frente do aeroporto. Escondeu-se, mas foi capturado 16 dias depois. Julgado, foi condenado à morte. Entre recursos e adiamentos, esperou 11 anos até ser executado. Esperto, malandro, bon vivant, o acidente com o parapente o marcou. Acabou com sua dentição. Os anos começaram a pesar. E uma última grande tacada que lhe parecia a “salvação da lavoura” para levantar uma grana alta e se aposentar: a operação Jacarta lhe custou a vida.

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Sonhos

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Foto: Reprodução/Web
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o sonho do surfista paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte era morar em Bali, na Indonésia, pegar ondas o dia todo e viver rodeado por amigos e, principalmente, muitas mulheres. Em busca desse objetivo, traçou um plano ousado: vender cocaína em um país que pune traficantes com a pena de morte. O retorno seria alto: quase US$ 500 mil como recompensa para levar 6 quilos de cocaína para Bali.

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Vem fácil...

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No afã de ganhar dinheiro fácil para concretizar seu sonho de sexo drogas e rock ‘n‘roll, Rodrigo não procurou se informar e, portanto, não ficou sabendo que traficar drogas no Sudeste da Ásia é brincar de roleta-russa. Traficantes podem encarar a pena de morte em sete dos 11 países da região. Na Indonésia, arquipélago com milhares de quilômetros de costas desprotegidas, o perigo ainda é maior.

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...Vai fácil

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Os devaneios de Rodrigo foram por terra em 16 de julho de 2004, ao desembarcar em Jacarta, a capital da Indonésia, quando a aparelhagem de raio X do aeroporto internacional, moderna e recém-adquirida, descobriu a droga, escondida em pranchas de surfe. Preso, julgado e condenado à morte por fuzilamento, Rodrigo esperou a execução no corredor da morte do complexo de prisões da ilha de Nusakambangan, também conhecido como a “Alcatraz” da Indonésia.

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Bem-nascido

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Foto: Reprodução/Web
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Nascido em Foz do Iguaçu, filho de Rubens Borges Gularte, um renomado médico gaúcho, e Clarisse Gularte, herdeira de uma tradicional família de latifundiários produtores de soja, Rodrigo sempre teve tudo do bom e do melhor. “O que ele queria, ele tinha. Era só pedir”, diz Clarisse Gularte. “Ele era um anjo, tinha boas notas, estudava, era educado. Sonhávamos que fosse um médico, como o pai.” Como toda mãe zelosa, dona Clarisse culpa as “más companhias” pelo descaminho do filho.

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Começou cedo

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Foto: Reprodução/Web
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Aos 13 anos, em Curitiba, Rodrigo começou a usar drogas. Primeiro fumou maconha, depois cheirou solventes e em pouco tempo já provara de tudo. Aos 18 anos, depois de ser preso por porte de maconha, ganhou um carro e usou o presente para viajar pela América Latina com amigos, para beber e se drogar. Enveredou então num frenesi de drogas, sexo e rock ‘n ‘roll. Sempre patrocinado pela mãe, Rodrigo viajou para América Latina, por Estados Unidos, África e Europa, consumindo todo tipo de drogas.

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Mãe é mãe

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Foto: BAY ISMOYO/AFP/Getty Images
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Achei que essas viagens fariam bem, que ele ia espairecer, se livrar das más influências”, diz dona Clarisse. O resultado foi o oposto. Cada vez mais viciado, Rodrigo voltou em 1994 para Curitiba para encontrar com as tais “más companhias”. Acabou entrando para o tráfico. Viajou para a Europa e para a América Latina trazendo vários tipos de drogas. Em 2004, surgiu a oportunidade de levar as pranchas recheadas de cocaína para a Indonésia.

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Prisão e execução

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Foto: BAY ISMOYO/AFP/Getty Images
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Rodrigo Muxfeldt Gularte foi preso com outros dois homens que viviam na capital no aeroporto de Jacarta. O trio foi pego, mas Rodrigo assumiu inteira responsabilidade pelo transporte dos narcóticos. Ele foi executado em Cilacap, Java, em 29 de abril de 2015. É pessoal... É chato, mas eles fizeram suas escolhas. Lembrem-se que a vida no crime é sempre mais curta. Seja por meio da lei ou por outros motivos os infratores acabam sempre partindo antes do tempo.